Espetáculo de dança-teatro inspirado no conto “No Manantial”, de João Simões Lopes Neto. Quando lemos um livro, somos (co) autores, e esta reflexão é importante para a busca das identidades perdidas na cultura da homogeneização. A conexão entre a literatura de Simões e a dança contemporânea propõe a abertura do ilimitado, onde encontramos nossos desejos e poéticas, possibilitando uma travessia do cotidiano ao imaginário.

 

Através da linguagem híbrida o espetáculo traz para o gesto a narração de Blau Nunes, elemento potente na literatura de Simões Lopes Neto. O contador de causos anuncia a trama: "Mas, onde quero chegar, vou mostrar-lhe: Lá bem no meio do manantial, uma coisa que vancê nunca pensou ver; é uma roseira, e sempre carregada de rosas."

 

Ao longo do espetáculo a construção do personagem é composta com elementos fundamentais do imaginário gaúcho, participando ora de forma onisciente, ora como personagem. A diretora artística mantém a fórmula do conto dos causos através do personagem que dá unidade à obra, propondo assim a democratização literária.